Olho
para meu reflexo no espelho, mas não vejo nada. De fato, há uma projeção de
minha pessoa, mas algo está errado. Seriam os olhos vazios, sem vida? Talvez
seja a pele, já pálida e levemente ressecada. O cheiro de putrefação é claro e
inunda os pulmões que já não funcionam mais. Garrafas e todo tipo de roupa
enfeitam o chão do quarto de hotel. O carmesim espalhado pelo carpete barato
agrega ao ambiente uma notoriedade singular enquanto meu corpo permanece imóvel,
com os membros esticados pela cama. Encaro virtualmente o teto em um ciclo que
será infinito, até que reclamem do cheiro. Sou um fantasma, sou uma
assombração. Estou entre os mundos e posso viver aqui para sempre, se me
permitir à ironia desta frase...
segunda-feira, 20 de janeiro de 2014
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