segunda-feira, 30 de dezembro de 2013

Capítulo XIV

Jéssica Qacker


Jéssica acordou com sua preguiça costumeira. O sol penetrava pelas persianas, iluminando fracamente o quarto enquanto a jornalista se levantava da câmera, ainda bêbada pela noite anterior. Os detalhes não eram muito claros em sua mente, apenas flashes de lembranças expressavam as sensações de Jéssica. Caminhou até o banheiro, olhando-se no espelho. Seu cabelo estava desgrenhado e haviam mordidas por todo seu corpo. É... A noite foi boa...  Pensou Jéssica, refletindo. Encarou a cama vazia, os lençóis amarrotados.


Há quanto tempo estivera sozinha neste quarto? Sentiu uma pontada de medo lhe percorrer a espinha, um calafrio terrível de que talvez o Palhaço estive a observando. Balançou a cabeça, afastando esses pensamentos. Jogou-se na banheira, encarando o teto e imaginando os bizarros eventos que a trouxeram ao Complexo. Primeiro, um sequestro. Poderia ser qualquer maluco, um louco varrido que agarrou uma garota bonita para satisfazer suas perversões. Mas em seguida vieram os assassinatos. O sangue escorria pelas paredes do complexo e agora a jornalista sentia que ninguém estava seguro. Da banheira, pôs-se a observar a pasta aberta sobre a mesa da sala. Um homem estava em seu quarto, um homem importante e ele poderia ter visto seus segredos ali. Jéssica estremecera ao pensar naquilo. As memórias clareavam lentamente, as visões da noite de prazer voltavam à mente de Jéssica enquanto a mesma saía da banheira. Algo acontecera na noite anterior, algo de errado. Lúcio, o magnata, pronunciara um nome durante a noite. Jéssica fechou os olhos. Não se apaixonaria por um caso de uma noite. Vestiu-se e começou a analisar sua pasta, organizando as fotografias e tentando entender um padrão. Sequestro, assassinato. Não havia um padrão, apenas uma assinatura. Por quê? Jéssica riu da ironia, pois se perguntava a mesma coisa cruzando os braços. Por que aquele massacre estava sendo promovido naquele condomínio?

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