–
Uma criatura ridícula! Uma desqualificada, imoral, imunda! – Gritava Alexandre.
O homem estava enraivecido, bradando ameaças ao vento – Nunca vi tamanho
desrespeito em toda minha vida. Mil perdões por meus modos senhor Moraes, mas
devo aconselha-lo a expulsa-la imediatamente daqui! A mera presença dela
contamina nossas paredes!
–
Contamina as minhas paredes Alexandre. As paredes são minhas... – Corrigiu
Lúcio. Divertia-se com a explosão de seu assistente e admirava a ousadia
daquela jornalista. Gostaria de estar lá no momento para ouvir para tom
disparado contra seu complexo. Era verdade que guardava certa repugnância pelas
palavras ditas pela mulher, mas algo dentro do magnata queria aquilo em sua
coleção. Levantou-se da cadeira no escritório, trazendo novamente Alexandre
para a realidade – Cale-se Alexandre, antes que lhe demita por insubordinação.
Compreendo que estava um tanto estressado, quero que vá para a casa e descanse.
Tire o final de semana de folga... Ou melhor, tire o mês de folga! Isso seria
ótimo.
–
O senhor está me dispensando? – Disse Alexandre, com os olhos marejados.
–
Talvez. Caso seja conveniente para mim, estou lhe dispensando. Agora vá, tenho
afazeres! Mais uma vez, o palhaço atacou e minha recepcionista morreu. Não
estou com cabeça para suas frescuras! – Disse Lúcio, buscando se livrar do
assistente. Alexandre fez menção a dizer algo, porém virou seu corpo e foi
embora. Lúcio sorriu ao ver o garoto se afastar. Olhando para o retrato de seu
pai, brincou com um copo de uísque – Deve estar orgulhoso não é mesmo velho?
Estou agindo igualzinho a você, afastando todos.
Lúcio
desceu até o terceiro andar do hotel, onde se lembrava de que havia instalado
Jéssica Qacker. Vestiu seu melhor terno e carregava em suas mãos uma taça de
vinho fino. Sorriu fracamente quando a jornalista abriu a porta, surpresa ao
ver o magnata parado a sua frente.
–
Será que poderíamos ter aquela entrevista particular agora? – Perguntou Lúcio,
sorrindo em malícia.
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