Lázaro Pinheiro
Lázaro
entrou no apartamento 303 e logo sentiu o cheiro nauseabundo de sangue.
Cobrindo o nariz, avançou pelo perímetro, observando cada detalhe daquela cena.
Era acompanhado por Nogueira e Lúcio, que se recusara a deixar de ver o
ex-investigador trabalhar. Lázaro analisando metodicamente cada objeto ali
disposto. O apartamento estava um completo caos, aparentemente alguém havia
brigado por ali. Nogueira foi o primeiro a se pronunciar, abaixando-se para
olhar os pedaços de madeira lascada da cadeira. Havia sangue apenas em uma
parte do cômodo, como Lázaro observara previamente. Lúcio atinha-se somente em
observar o trabalho dos policiais, não falando durante um momento da
investigação.
Lázaro
caminhava pela cena, analisando a marca feita com giz do corpo. O objeto
arredondado estava onde deveria ser a mão da jovem morta. Vestindo uma luva
cirúrgica, Lázaro o agarrou, visualizando suas propriedades. Um nariz de
palhaço comum, com os dizeres “Por quê?”. Franziu o cenho por um momento,
confuso. Logo após, olhou para o sangue no chão. Era disposto em forma
irregular, como se tivesse sido espirrado por alguma coisa. Caminharam mais
alguns passos, se aproximando de Lúcio próximo à porta. Nogueira parecia alheio
a investigação, ainda preso ao fato de que o apartamento estava destruído.
Lázaro percebeu um leve brilhar na escuridão e encontrou um pesado cutelo.
Ergueu as sobrancelhas, finalmente conectando os pontos.
Mais
atrás, encontrou uma revista que lhe intrigou. A capa dizia “Qual é seu medo?
Faça o teste!”. Lázaro riu internamente, tentando imaginar quem poderia comprar
esse tipo de coisa. Logo se lembrou da falecida e do caso, martelando em sua
cabeça como a dor da perda. Observou que a revista estava amassada, como se
alguém tivesse a folheado em excesso, quase em êxtase.
–
E então? Tem tudo que precisa? – Perguntou Lúcio, curioso.
–
Mais do que você imagina...
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