sábado, 28 de dezembro de 2013

Capítulo IX

Lázaro Pinheiro


Lázaro entrou no apartamento 303 e logo sentiu o cheiro nauseabundo de sangue. Cobrindo o nariz, avançou pelo perímetro, observando cada detalhe daquela cena. Era acompanhado por Nogueira e Lúcio, que se recusara a deixar de ver o ex-investigador trabalhar. Lázaro analisando metodicamente cada objeto ali disposto. O apartamento estava um completo caos, aparentemente alguém havia brigado por ali. Nogueira foi o primeiro a se pronunciar, abaixando-se para olhar os pedaços de madeira lascada da cadeira. Havia sangue apenas em uma parte do cômodo, como Lázaro observara previamente. Lúcio atinha-se somente em observar o trabalho dos policiais, não falando durante um momento da investigação.

Lázaro caminhava pela cena, analisando a marca feita com giz do corpo. O objeto arredondado estava onde deveria ser a mão da jovem morta. Vestindo uma luva cirúrgica, Lázaro o agarrou, visualizando suas propriedades. Um nariz de palhaço comum, com os dizeres “Por quê?”. Franziu o cenho por um momento, confuso. Logo após, olhou para o sangue no chão. Era disposto em forma irregular, como se tivesse sido espirrado por alguma coisa. Caminharam mais alguns passos, se aproximando de Lúcio próximo à porta. Nogueira parecia alheio a investigação, ainda preso ao fato de que o apartamento estava destruído. Lázaro percebeu um leve brilhar na escuridão e encontrou um pesado cutelo. Ergueu as sobrancelhas, finalmente conectando os pontos.

Mais atrás, encontrou uma revista que lhe intrigou. A capa dizia “Qual é seu medo? Faça o teste!”. Lázaro riu internamente, tentando imaginar quem poderia comprar esse tipo de coisa. Logo se lembrou da falecida e do caso, martelando em sua cabeça como a dor da perda. Observou que a revista estava amassada, como se alguém tivesse a folheado em excesso, quase em êxtase.

– E então? Tem tudo que precisa? – Perguntou Lúcio, curioso.


– Mais do que você imagina...

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