quinta-feira, 26 de dezembro de 2013

Capítulo III

Jéssica Qacker

Jéssica estava estressada. Já passavam das duas da tarde e nenhuma outra notícia do sequestro fora veiculada em nenhum jornal da região. Seus olhos ardiam levemente graças a noite mal dormida e pelos litros de cafeína ingeridos. Pela televisão, tudo que se dizia era “A polícia está empenhada em capturar o sequestrador, conhecido pela alcunha de Palhaço”. A jornalista sorriu ao acender mais um cigarro.

Estava em um bar no centro de São Paulo, lugar para onde alguns bêbados ainda se arrastavam. Sua inseparável pasta de recortes estava estendida sobre a mesa de madeira manchada. Jéssica corria os olhos, fazendo comparações. Não havia nenhuma. A garota encarou o vazio por alguns segundos, esperando que sua resposta surgisse da parede manchada do bar. O esbarrão de bêbado a fez derrubar o café sobre o jornal que lia, fazendo o homem ser expulso do estabelecimento a xingos e pontapés. Ao retornar seus olhos ao papel, Jéssica agradeceu ao homem em trapos. O café delimitou exatamente o que a mente da jornalista necessitava. As festas e as comodidades de um complexo luxuoso, localizado no centro de São Paulo. Hotel, academias, restaurantes e tudo o que há de melhor para a elite paulistana.


Jéssica sorriu amarelo quando leu sobre o proprietário do lugar.

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